Mpox: saiba o que é e como se prevenir dessa doença viral
Conhecida, anteriormente, como varíola dos macacos, a mpox é uma doença viral que tem ganhado destaque no mundo todo, devido ao aumento do número de infecções ocorridas nas últimas décadas. No Brasil, de janeiro a agosto deste ano, já foram registrados 945 casos, ultrapassando o número total de ocorrências em 2023, que chegaram a ser contabilizados 853, de acordo com o Ministério da Saúde.
O fato de o contágio, que antes era identificado apenas em animais, ser registrado também entre humanos torna o fato ainda mais preocupante, devido às mutações que o vírus pode apresentar. Isso tornou a doença motivo de preocupação global pela OMS. Então é por isso que viemos explorar o que é o mpox, os seus sintomas, mitos e verdades, os tratamentos e as formas eficazes de se prevenir.
Acompanhe e boa leitura!
O que é mpox
A mpox é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), que pertence à mesma família que o vírus da varíola humana, o Orthopoxvirus. Embora inicialmente cientistas acreditassem que o contágio da doença ocorria apenas entre macacos, em 1970, foi registrado na República Democrática do Congo o primeiro caso em humanos, mostrando ao mundo que o vírus não só infectava os animais, como também as pessoas.
Desde então, casos esporádicos foram ocorrendo, principalmente em países africanos. Mas logo a doença se espalhou para outras localidades, por causa das viagens internacionais e o contato com os animais infectados.
Atualmente, no Brasil, a região que concentra o maior número de casos de mpox é a sudeste, com cerca de 80,7% pessoas infectadas, de acordo com o boletim do Ministério da Saúde. Os estados que apresentam maiores números são: São Paulo (51,5%), Rio de Janeiro (22,9%), Minas Gerais (5,5%) e Bahia (4,1%) – sem registro de casos confirmados ou prováveis no Amapá, Tocantins e Piauí.
Ainda com base no boletim divulgado pelo órgão do governo brasileiro, o perfil das pessoas que receberam o diagnóstico ou foram classificadas como doença provável é composto, majoritariamente, por indivíduos do gênero masculino (94,8%), com idade entre 18 e 39 anos (75,7%). Até o momento, houve o registro de apenas um caso na faixa etária de até 4 anos.
Sintomas da doença
Os sintomas da mpox podem variar de leve a grave, a depender de diversos fatores, como o estado de saúde geral da pessoa infectada e a resposta do seu sistema imunológico. Porém, no geral, os sintomas da doença incluem:
- Erupções cutâneas ou lesões de pele (tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e dos pés, embora possam ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus).
- Linfonodos inchados (ínguas).
- Febre.
- Dor de cabeça.
- Dores no corpo.
- Calafrio.
- Fraqueza.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tempo de contágio do vírus até o início do aparecimento de sinais e sintomas ocorre, geralmente, entre 3 e 16 dias, podendo chegar a 21 dias. Após algumas manifestações da doença, como erupções na pele, a pessoa doente deixa de ser um potencial transmissor do vírus.
Mitos sobre a mpox
O crescimento acelerado do contágio da mpox trouxe consigo uma série de mitos que podem prejudicar as ações de prevenção e controle da doença. Para evitar a desinformação e outros problemas, vamos esclarecer aqui quais são os mitos mais comuns:
A doença é transmitida somente entre macacos
Embora o nome original da doença remeta aos macacos (conhecida anteriormente como varíola dos macacos), a mpox pode ser transmitida também por outros animais, como ratos e esquilos. Além disso, já se sabe que a transmissão ocorre entre humanos.
A mpox é uma doença nova
Um dos grandes mitos é de que a mpox é uma doença nova. A infecção entre humanos foi registrada pela primeira vez em 1970, na República do Congo.
O contato casual com pessoas infectadas pode transmitir a doença
A transmissão se dá, principalmente, por contato direto com fluidos corporais, lesões da pele ou superfícies contaminadas (como roupas, toalhas, roupas de cama, utensílios e pratos). Nesse sentido, o contato casual, como cumprimentos ou aperto de mão, dificilmente vai possibilitar a transmissão do vírus, a menos que haja exposição a lesões.
A mpox não tem cura
O vírus é autolimitado e, na maioria dos casos, os tratamentos são bastante eficazes para aliviar os sintomas. Além disso, ele costuma ser eliminado pelo próprio organismo depois de 4 semanas.
A infecção ocorre mais de uma vez
Na maioria dos casos, as pessoas saudáveis não costumam ser infectadas mais de uma vez. Isso porque, geralmente, elas ficam protegidas de infecções futuras pelo resto da vida.
Tratamentos
Embora não exista um tratamento antiviral específico aprovado para a mpox, já que os sintomas costumam desaparecer espontaneamente, é possível aplicar algumas estratégias de cuidado, a fim de reduzir os desconfortos do paciente e acelerar a sua recuperação, como:
Uso de medicamentos para febre e dores
Antipiréticos, como paracetamol, podem ser utilizados para reduzir a febre e as dores.
Hidratação constante
Manter-se hidratado é fundamental para que o organismo consiga combater o vírus.
Proteção adequada das erupções cutâneas
É indicado deixar as erupções secar, observando sua evolução.
Não tocar nas feridas
Outro ponto fundamental é não tocar nas feridas, principalmente a da boca e dos olhos para não dificultar a sua cicatrização.
Isolamento temporário
É importante que, a qualquer suspeita de contágio, a pessoa fique em isolamento domiciliar até o desaparecimento dos sintomas. Isso vai evitar que ele transmita a doença para outras pessoas.
Uso de pomadas
Nunca as utilize sem recomendação médica.
Formas de prevenção
A prevenção é a melhor maneira de conter a disseminação da mpox, principalmente em regiões onde os surtos foram identificados. Aqui estão algumas medidas preventivas eficazes:
- Evitar o contato direto com pessoas infectadas ou com suspeita.
- Caso seja necessário estar em contato com pacientes infectados (como cuidadores, profissionais de saúde e familiares), é importante usar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção.
- Não entrar em contato com superfícies contaminadas (objetos e material de uso pessoal de indivíduos infectados ou com suspeita da doença).
- Lavar as mãos regularmente com água e sabão.
- Utilizar o álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada.
- Limpar e desinfetar todas as superfícies e objetos contaminados.
- Descartar os resíduos contaminados (como curativos) de forma adequada.
Embora a mpox possa ser grave, a doença viral pode ser facilmente controlada com medidas preventivas adequadas. Nesse sentido, a principal forma de prevenção é a vacinação. Por meio dela, é possível evitar infecções futuras ou amenizar os sintomas, caso a pessoa seja infectada pelo vírus. Além disso, a vacinação contribui também para a proteção de toda a população, pois reduz de forma eficaz a disseminação do vírus.
A vacina contra a mpox atualmente é de uso exclusivo do Sistema Único de Saúde para grupos específicos. Para outras vacinas conte com a gente! Nós, do Laboratório Hermes Pardini, zelamos pela sua saúde.
Até a próxima!