Febre Oropouche: o que é e como posso me prevenir?
Você sabe o que é febre oropouche? A doença viral tem se espalhado rapidamente pelo Brasil e tem deixado a saúde pública em alerta. Só este ano, o país já contabilizou cerca de 7,5 mil pessoas infectadas – quase nove vezes maior que o número de diagnosticados com a febre em 2023 –, de acordo com o Ministério da Saúde.
Para te ajudar a se proteger e evitar novas infecções, preparamos este artigo sobre o que é a doença, quais as áreas geográficas em que a febre oropouche é mais comum, o modo de transmissão, os principais sintomas, a diferença entre febre oropouche e outras doenças virais semelhantes e quais são as medidas de prevenção. Boa leitura!
O que é a febre oropouche
A febre Oropouche é uma doença tropical, causada por um arbovírus (arbovirose Oropouche orthobunyavirus), vírus transmitido por artrópodes, do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae.
De acordo com o artigo publicado no Science Direct, feito por cientistas da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, a família Peribunyaviridae está na literatura como a mais extensa da virologia. Desde então, já foram encontrados, ao menos, 30 agentes infecciosos pertencentes a esse grupo. No Brasil, o estudo apontou que há cerca de cinco vírus dessa família e um deles é o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV).
Como é a transmissão da febre oropouche?
A transmissão da febre oropouche ocorre por meio da picada de mosquitos infectados. O principal vetor é o mosquito Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Esses insetos se infectam ao picar humanos e outros mamíferos que já estão infectados pelo vírus oropouche. Dessa maneira, o vírus se multiplica no mosquito, que é capaz de transmitir a doença com sua picada para uma pessoa saudável e outros hospedeiros. A maioria das picadas ocorre ao entardecer e também ao amanhecer.
Quais são os sintomas da febre oropouche?
Os sintomas da febre oropouche são muito semelhantes aos de outras doenças virais, o que acaba dificultando um diagnóstico clínico mais preciso. Conheça a seguir os principais sintomas da febre:
- Febre alta;
- Dor de cabeça intensa;
- Dor nas articulações e músculos;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Tontura;
- Manchas avermelhadas na pele.
Na maioria dos casos, as pessoas apresentam sintomas leves e conseguem se recuperar em até uma semana. Mas, existem outras que sofrem com sintomas mais graves, como complicações neurológicas — meningite e encefalite, por exemplo — e, em casos mais raros, a doença pode levar o paciente a óbito. Recentemente foi documentada no Brasil a transmissão para o feto durante a gravidez.
Áreas em que a febre Oropouche é mais comum
A febre Oropouche é comum em regiões tropicais e subtropicais da América Central e América do Sul — surtos já foram registrados em países, como: Brasil, Panamá, Peru e Trinidad e Tobago. As condições climáticas dessas áreas, de altas temperaturas e umidade, contribuem para a proliferação dos mosquitos vetores, principalmente, em épocas que ocorrem mais chuvas.
Além disso, o desmatamento e os desequilíbrios ambientais promovidos pela urbanização desordenada também ajudam à expansão acelerada da doença, uma vez que o habitat natural dos mosquitos é alterado e eles passam a ter um contato mais direto com os humanos.
Em 2023, foram diagnosticados surtos da doença em cinco estados da região Norte do Brasil – Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia e Pará (este último com apenas um caso). Porém, este ano, tem ocorrido um aumento dos casos e rápida movimentação do vírus em outras regiões brasileiras. Até o momento, foi registrada a presença do arbovírus em 22 estados, mais o Distrito Federal.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, o número de infectados é quase nove vezes maior do que os diagnosticados com febre Oropouche em 2023, em terras brasileiras. Fato este que tem deixado a saúde pública brasileira em alerta.
Diferença entre febre Oropouche e outras doenças virais semelhantes
Por apresentar sintomas muito parecidos com outras doenças virais, a febre Oropouche é, comumente, confundida com a dengue, Chikungunya, Zika e febre amarela. Mas, embora sejam também transmitidas por mosquitos, existem diferenças dessas doenças em relação à febre Oropouche. Veja abaixo quais são. Em razão disso, o diagnóstico laboratorial nos primeiros dias da doença é muito importante.
Dengue
A dengue é transmitida, principalmente, pelo mosquito Aedes aegypti e seus principais sintomas são:
- Febre alta;
- Dores musculares;
- Dores nas articulações;
- Dor atrás dos olhos.
Diferente da febre Oropouche, ela pode avançar para formas graves, como a dengue hemorrágica, e ser fatal.
Chikungunya
A Chikungunya é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Além de febre súbita, erupção cutânea e fadiga, a pessoa infectada apresenta dores nas articulações. Quem está com febre Oropouche também sente dores na articulação, porém, o que diferencia de quem está com Chikungunya é a intensidade e o prolongamento do desconforto (que é maior neste último caso).
Zika
O vírus Zika é também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Os seus sintomas são febre alta, erupção cutânea, dor muscular, dor nas articulações e conjuntivite. Embora a Zika e a febre Oropouche causem erupção cutânea, no caso da Zika, esse quadro é mais preocupante. Isso porque a doença pode se associar a complicações neurológicas, como microcefalias em recém-nascidos e síndrome de Guillain-Barré.
Febre amarela
Já a febre amarela, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, Haemagogus e Sabethes, pode causar: febre, dor muscular ou sintomas mais graves, como icterícia (deixando a pele e os olhos amarelados), insuficiência hepática, choque e hemorragias. O que vai diferenciar a febre amarela da febre Oropouche é que esta última não apresenta risco de evolução da doença como a primeira.
Quais são as medidas de prevenção?
Com o objetivo de monitorar e conter o avanço dos casos no país, neste caso, não só da Oroupuche, mas também de outras doenças, como a dengue, Chikungunya e Zika, o Ministério da Saúde coordena a sala nacional de Arbovirose e promove ações, como:
- Ampliação da testagem para detecção da doença;
- Realização de Webinários sobre aspectos clínicos da febre;
- Realização de visitas técnicas para apoio local em alguns estados (Amazonas, Acre, Rondônia, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia e Piauí).
Além disso, o órgão também emite notas técnicas de medidas de prevenção e outras orientações para que os estados e municípios possam evitar a transmissão do vírus pelo Brasil de forma mais eficaz. Dentre as recomendações do Ministério da Saúde, estão:
- Evitar o contato com as áreas de maior ocorrência do vírus;
- Em situação de surto, seguir as orientações das autoridades de saúde locais;
- Caso more nas regiões afetadas, evitar lugares que te deixem mais exposto às picadas dos vetores (como matas);
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo;
- Utilizar repelentes nas áreas expostas da pele;
- Manter os terrenos e locais de criação de animais limpos;
- Recolher diariamente as folhas e frutos que caem no solo;
- Usar telas de malha fina em portas e janelas;
- Utilizar mosquiteiros;
- Eliminar criadouros, como recipientes com água parada, pneus velhos, garrafas e etc;
- Realizar controle químico (com fumigação e larvicidas) em áreas de risco;
- Evitar viagens aéreas para as regiões que estão em caso de surtos.
Vale ressaltar que não existe tratamento específico para a febre Oropouche. Na maioria dos casos, os pacientes devem permanecer em repouso e com acompanhamento médico — mas, vale frisar, sem automedicação. Nesse sentido, as medidas de prevenção são fundamentais para evitar surtos e agravamento da doença, principalmente em áreas tropicais, onde há um crescimento avançado do vírus.
E como, principalmente, a dengue possui sintomas bem parecidos com a da febre Oropouche, é importante que se realize um teste de dengue para descartar ou não uma das infecções e receber o diagnóstico correto. Para isso, conte conosco!
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Até a próxima!